terça-feira, 15 de julho de 2014

DZIGA VERTOV - UM HOMEM COM UMA CÂMERA

UM HOMEM COM UMA CÂMERA

Aquisição recente, no último Fórum Social Temático, o filme “Um Homem com uma Câmera” do diretor russo Dziga Vertov é impactante.
Filme genial, embora experimental, ou talvez mesmo por isso. Produzido em 1929, na antiga União Soviética, é um filme que se propõe sem roteiro, sem cenários, sem atores, sem diálogos. E cumpre a proposta.
É um somatório de imagens captadas nas situações cotidianas da Moskow da década de vinte do século passado e, óbvio, trabalhadas (misturadas, refletidas, aceleradas, rompidas) por Vertov.
Vertov permitiu-se levar ao limite a linguagem cinematográfica que nascia, rompendo drasticamente com a literatura e o teatro. O filme é uma experimentação no sentido lato da palavra; e uma experimentação bem feita já que é belíssimo.
Absolutamente de vanguarda, abre fronteiras da arte e, no meu entender, dialoga e de certa forma é uma continuidade do Futurismo Russo (de Maiakóvski e Brick), meio cubista, meio surreal, que tornou-se possível num país que há uma década vivia o maior processo revolucionário que a humanidade jamais conheceu. Uma ode ao movimento, à indústria, ao progresso, e ao homem.
Vertov foi um desbravador; criou ainda o Kino Glaz (Cinema olho) e o Kino Pravda (Cinema verdade).
“Um homem com uma câmera” (Tchelovek c Kino Aparattom): Uma ideia simples, que em 1929 já revolucionou um cinema que apenas dava os seus primeiros passos. Se fosse produzido hoje diria-se ainda o mesmo: genial e revolucionário. Para o expectador, excitante e emudecedor.
Sim, tudo isso.


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